quinta-feira, 31 de maio de 2012

AÇUDE DO PRATA

Domingo de lama, luz e assombração

Galera, vai ser demais. Meio curtinho, viu, só 25 quilômetros, mas pra deixar todo mundo de queixo caído com a beleza do lugar. Mistura de urbano com rural, BR com mata, lama com água cristalina e um medo de arrepiar. Legal mesmo seria fazer surpresa, mas uma das características do APS é  adiantar o cardápio  só pra temperar (rsssss). O ciclista vai ao coração do Parque Estadual de Dois Irmãos. Lá dentro, a maravilha intocável do Açude do Prata e a assombrada (ui!) casa de Branca Dias. Ambos têm tudo a ver com a história e a lenda. 

Branca era muito rica, dona de terras em Camaragibe. Judia, foi perseguida e morta pela Inquisição, ali pelo século XVI. Antes de ser presa, teria jogado toda sua baixela de prata no açude. A prata era tão pura que, mesmo submersa, brilhava de uma forma tão intensa que deixou a água transparente. Daí o nome Açude do Prata. Sob os cuidados da Compesa, o açude continua cristalino, um espelho que permite ver o assoalho com perfeita nitidez. A casa de Branca permanece no lugar até hoje, embora sem os cuidados que merece como local histórico. Vai ver que essa falta de cuidados é proveniente da lenda de que a casa é assombrada (ui, novamente), cheia de morcegos (eca). 

Mas, olhe, aproveite. Faça um minuto de silêncio (psiu), não buzine e respeite o código - preserve. Nada de deixar nada jogado pelo chão, mesmo que você encontre lixo jogado ali por outras pessoas. Basta fazer a sua parte. Sim... a vegetação é densa, úmida e deve ter muita lama. É possível encontrar sagui e outros animaizinhos, talvez uma cobrinha passeando pelo habitat  (rssss). Evite sair da estreita trilha e fique atento a obstáculos naturais como árvores e raízes. Olhe a surra de tiririca (rssss), melhor se precaver com calça comprida e tênis.

O coração da mata de Dois Irmãos é beleza, mas sem moleza no caminho. O APS sai do Parque da Jaqueira, às 8h, e vai trilhando caminhos bem diferentes, inclusive as áreas de mata. Revise a bicicleta, use capacete, cadê as luvas, menino? Mantenha-se em grupo, não ultrapasse o guia nem fique atrás da vassoura. Alguma dúvida? Pergunte ao apoio, aquele pessoal dedicado que baliza o trânsito pra você passar. Tenha certeza, o passeio vai ser massa!

domingo, 27 de maio de 2012

SUSSUARANA

Trilha Sussuarana dá de mil

Ricardo Nogueira enviou o "caminhão" que o APS fez, nesse domingo 27 de maio. Aos olhos dele, lembra o mapa do Brasil. ÉEEE, num deixa de ser, mas outros olhos veem aí um antigo fusca ou uma velha bota de contos de fada. Em outro par de olhos, a percepção é a intensidade do verde orvalhado que o grupo respirou. Visto assim de cima, o desenho dá margem a várias interpretações, mesmo para quem esteve ausente. A unanimidade, no entanto, só é possível para quem testemunhou a força que transformou a expectativa "do bom", "legal, cara", na realidade do ótimo. 

O roteiro trouxe novidades, caminhos e trilhas nunca antes percorridos, embora algumas passagens velhas conhecidas tenham se feito presentes. O chato, nessa história, é que deve haver um sentimento de frustração no momento em que se percebe que é fácil contar fatos, mas impossível descrever o quanto é bom pedalar com você. Não descrever em palavras, mas aqui dentro, bem lá dentro, no batuque do coração. Sussuarana foi só mais um ato dessa peça de amor e companheirismo que se prolonga há quase 8 anos.

  
Com certeza, o percurso teve mais de 50% de área verde. Mata fresquinha, apesar do quase duelo entre o sol e a chuva. A Ladeira de Geraldo Doido, no Sítio dos Macacos, foi a primeira grande dificuldade vencida com garra e persistência. A vizinhança conta que Geraldo Doido era uma espécie de "justiceiro" . Funcionário de uma empresa, era ele quem tomava conta daquelas terras, com mãos de ferro e olhos de lince. Ninguém entrava sem permissão. Roubar frutas, pegar passarinhos, nem pensar. Geraldo Doido botava pra quebrar (rssss).   


Dali, o caminho foi certeiro até o quilômetro 13 de Aldeia, trecho que o APS precisou dividir com o trânsito intenso, com cuidado, pra evitar acidente. O grupo pegou ainda algumas ladeiras de paralelepídos nas secundárias, chegando finalmente à trilha que desembocaria no Sítio Sussuarana. A chuva caída nos dois dias anteriores desandou num tapete de lama e barro vermelho escorregadio. Cuidado, gente, lá vem o boi, a carroça, a subida, a descida, a moto, o cavaleiro e a amazona. Eita, assim "tu" me atropela (rssssss). Davi merecia o troféu azarão. A bike quebrou, deu um trabalhão pra consertar e, quando ficou pronta, quebrou de novo. David é finura, cumpriu a maratona sem reclamar.


Tava tão bom que ninguém pensou que Sussuarana já estivesse tão perto. A dois passos, o banho de rio e o papo acolhedor esperavam o APS. Os grupinhos se fizeram rápido, uns ao sol, outros à sombra, outros ao rio, brincando que nem menino pequeno. De repente, não mais que de repente, alguém vê uma borboleta e-n-o-r-m-e. A notícia se espalha feito fofoca, mas era só uma tatoo. Estrategicamente impressas, as asas tomavam .... ah, conto não. É chato! Quem não viu, basta saber que Tomaz foi servido por uma sereia (rsssss)

quarta-feira, 23 de maio de 2012

SUSSUARANA

Próximo longo é tudo de bom

Cerca de 65 quilômetros, urbano, mata, lama, ladeiras, PE's e BR, terreno arenoso, sem sinal pra celular. Tudo isso pra você no longo APS do próximo domingo, 27 de maio. O passeio ao Sítio Sussuarana é um show. Espetáculo à parte é a natureza que o proprietário faz questão de preservar, aliada a algum conforto no lazer, como o toboágua que cai diretinho no rio. Ainda tem pista pra caminhada, trilha ecológica, massagem de tromba de água (rssss) na cabeça e nas costas e outras coisitas que só testemunhando.

O APS sai às 7h do Parque da Jaqueira, mas Gil vai chegar meia hora mais cedo, pra atender as pessoas que querem comprar a camisa 2012. Aqueeeela, lilaszinha linda (rssss). Às 6h50, encerra-se a venda pro APS não atrasar o começo do passeio, chova ou faça sol. Quem não tem condicionamento físico para enfrentar a maratona na bike, mas vai se encantar com o local ao ver as fotos (à esquerda) pode ir de carro. Siga em frente a estrada que fica à esquerda do Sítio do Pica Pau, ao encontrar uma bifurcação que mais parece uma parada de ônibus pegue a esquerda novamente. Sussuarana a 500 metros.

Quem tiver compromisso neste domingo, principalmente os que vão de bike, é melhor decidir - as dificuldades do caminho e os imprevistos não permitem estimativa de horário pra volta. Revise a bicicleta, use capcete e luvas, leve câmara de ar sobressalente e se lambuze de protetor solar, mesmo que esteja chovendo. Sua garrafinha com água vai ser útil durante o percurso. E como vai (rssss)!


ATENÇÃO - O sítio Sussuarana cobra entrada além do consumo individual. O valor é de R$ 8 (oito reais) por pessoa. ATENÇÃO DE NOVO - O APS conseguiu abatimento para R$ 5 (cinco reais). E ATENÇÃO MAIS AINDA - quem estiver usando a camisa 2012 só vai pagar R$ 3 (três reais) e o APS  assume os R$ 2 (dois reais) restantes. O APS é um grupo sem fins lucrativos. É com a venda da camisa que ele repõe o estoque de rádio, cintas de apoio, primeiros socorros, ferramentas e, em alguns eventos, complementa o custo do ciclista que comprou a camisa.

Xi, o blog se esqueceu de dizer que a primeira ladeira é de arrombar. Uma dica? É doidona, velha conhecida (rssssss).

segunda-feira, 21 de maio de 2012

BICAS E LADEIRAS

Nas novidades de Olinda

Um simples passeio a Olinda pode se transformar numa programação e tanto, principalmente quando você colabora com disposição e alegria. Foi o que ocorreu domingo, dia 20 de maio, quando o APS se aventurou por umas ladeiras desconhecidas pra desembocar na famosa Sé. A matinal saidinha domingueiro-apessiana contou ainda com a parceria do grupo Pedala Olinda, que somou na descontração. Foram 115 ciclistas pedalando numa boa, de uma cidade a outra. Depois de degustar a conhecida salada de frutas, em Casa Caiada, agora com opção de "com granola ou leite condensado?" o grupo curtiu o diferencial do trajeto - uma inesperada subida e descida no bairro do Bonsucesso. Sem medo de encarar o desafio, cada qual se arranjou como pôde - pedalando ou empurrando. Zero queda (rsssss), incontáveis comentários prazerosos. 

O que estava planejado a partir dali era subir e descer novas ladeiras e seguir direto para o Largo do Rosário, depois Amparo e Varadouro, onde ficam as esquecidas bicas do Rosário, Quatro Cantos e São Pedro. De última hora, no entanto, houve uma pequena alteração só porque, inadvertidamente (rssss), no meio da semana, o blog anunciou que Olinda rima com tapioca (rssss). O guia, que não tinha a mínima intenção de ir à Sé, não teve outro jeito senão atender aos apelos de "queremos tapioca". E num foi tão bom? O pessoal se deliciou naqueles diferentes sabores pernambucanos, Yara Nóbrega reencontrou a antiga cadeira de barbeiro que foi do pai dela, famoso barbeiro olindense, e Roberta pagou o maior mico da história, quando aquela estátua de barro se movimentou (rssss). Olhos arregalados, gritando e andando de costas, vôte, mantenha distância desse boneco que muda de posição (rssss).

"Barriga cheia, pé na rua" e lá se foi o APS, agora de verdade, constatar a situação degradante das bicas de Olinda. Seculares,  mereciam destino melhor. Tão feias, tão estragadas, pichadas, água suuuuuuuja na do Rosário e Quatro Cantos e nada de água na de São Pedro. Quer saber o melhor da história das bicas? Foi na de São Pedro, quando o APS recebeu um novo ciclista, usando a camisa do N-A-U-T-I-C-O. Era o pai de Daniel Coutinho querendo saber porque o filho gosta tanto de pedalar nas manhãs de domingo. Agora ele já sabe (kkkkkkkk). E pra terminar a resenha, quando o grupo voltou à Jaqueira encontrou Mi e Mô. Os dois se conheceram pedalando no APS, casaram e, desaparecidos por um tempo, surgiram agora carregando um velocipedezinho (rssss).

terça-feira, 15 de maio de 2012

Oliiiiiiiiinda

Nem só de carnaval se faz Olinda

Estica, alonga, aquece, minha gente, que é pra não ter cãimbra, domingo.  As ladeiras já estão avisadas, esperando o APS passar. Os banana-maníacos (rssss) vão ter motivo de sobra pra comer palmas da amarelinha, misturadas à tapioca e salada de frutas. Fartura da terra. Olinda, cidade vizinha, lá vai o grupo mais animado do Brasil  (rssss) rever suas ruas inclinadas, seu casario colorido, igrejas seculares e o povo gentil. Bom dia, amigo, bota pra moer, subir e descer. Mas com cuidado, tá, foi num desses palcos carnavalescos que Gilson e Diógenes quase quase...(rssss). Superlativa, Olinda Alta se faz de visitantes em qualquer época do ano. Dizem que bater pernas por lá é a melhor maneira de conhecer as vias estreitas. O APS diz que pedalar é legal pra se perder entre ruas e ruelas que formam a antiga capital.





Esta ladeirinha ao lado é um sucesso de massagem corporal (rsssss). Cuidado pra não se empolgar muito.







Mas como toda cidade, a simpática e histórica Olinda também tem problemas semelhantes aos dos pequenos e grandes centros. Girando o pedal no percurso médio de 30 quilômetros, você vai ver que os monumentos esquecidos estão por toda parte. As bicas construídas  pra suprir a falta de água na então Vila de Olinda, em mil seiscentos e antigamente (rssss), são prova do descaso público, que não cuida, e da falta de respeito de moradores, que sujam, destróem e nem ligam pro que é deles. Neste domingo, 20 de maio, o APS sai da Jaqueira, às 8h. Concentração pelo portão da Rua do Futuro, lado contrário ao rio (rsssss).



Olinda tem três bicas - a de São Pedro, no Varadouro; a dos Quatro Cantos, nos Quatro Cantos (cheguei - rssss); e a do Rosário, no bairro do Bonsucesso. Dizem que ainda existe uma quarta bica, escondida dos olhos de quem passa. Ela estaria no Mosteiro de São Francisco, por trás do cemitério de Olinda.

terça-feira, 8 de maio de 2012

FUÇANDO A ONÇA

Trilha recebe nota máxima

Uma trilha sem defeito, a não ser pelas 15 quedas macias, acolchoadas pelo monte de tiririca. O resto foi de letra, inclusive pros novatos que já chegaram no clima  de alegria e aventura. Bica da Onça? Ninguém nunca tinha ouvido falar, nem o guia que fez o reconhecimento dois dias antes. Embrenhou-se pelas matas e deu de cara com uma bica escondida numa enorme erosão. Na verdade, ele procurava um caminho diferente pra chegar em Cova de Onça, onde o APS já esteve algumas vezes.  A bica é um quase nada, um caninho de meio diâmetro (rsssss) e um filetinho de água pra lavar o rosto. Grande mesmo é o buraco onde ela está. Bom é que tem uns degrauzinhos de natureza, por onde você desce pra tomar banho com as mãos em forma de cuia. Oh, coisa mais gostosa. Ali, o ciclista descansou depois de pedalar por mais de uma hora em fila indiana, mata a dentro.






Local de descanso do grupo. Bem na ribanceira que dá pra bica. Fazia frio, sabia?








 Tudo começou às 7h, na Jaqueira, com a entrega da camisa 2012. Às 8h, o APS já estava pedalando. A primeira parada foi no bar de Risadinha, agora Bambu's Bar, em Sítio dos Pintos. Por mais que fosse avisado de que o tempo de permanência seria curto, o ciclista caiu de cara no variado cardápio regional que Risadinha oferece. Aliás, o já conhecido Risadinha está de parabéns por ter sido bisavô. O APS seguiu caminho e lá se foi pelos sítios Sapucaia e Macacos. Foi em Macacos que pegou a estrada do paredão e a trilha pra bica. No meio do percurso, teve dois encontros - um, com cerca de dez motociclistas que disputavam a estreita trilha com o APS, e o outro com quatro ciclistas que também se aventuravam pelas matas. Uma foto, um close, um flash com o pessoal pra registro permanente.





Paredão, em Sítio dos Macacos, que dá entrada para a trilha. Camisa 2012 já em uso, sofreu, viu?






 A volta foi pelo mesmo caminho, ou seja, trilhando novamente. O APS pegou sol, sombra, chuva, lama, areia, buracos e ladeiras daquele tipo "curta e grossa". O lugar dá pra ser explorado diversas vezes sem repetição de caminho. Grande, o grupo se partiu algumas vezes, sendo necessário dar a paradinha básica pra juntar todo mundo. Era importante se manter junto, afinal, além de mata, ninguém conhecia o lugar, com exceção do guia. O engraçadinho da hora foi Roberto Leão que, depois de dois anos ausente, volta logo pra um passeio desse tipo. Leão queria, a todo custo, voltar de helicoptero (rsssss), no mínimo, de táxi (rsssss). No fim das contas Leão voltou mesmo de bike e  Manoel Fininho  perdeu uma das lentes dos óculos, numa boa.






Olha só o dedo de Fininho, passando pelo aro dos óculos. A sorte é que ele encontrou a lente (rsssss).

sexta-feira, 4 de maio de 2012

BICA UM

Caminho da bica - a origem

Chuuuuuuta, domingo é lasqueira. Misto quente. Urbano e rural. Mata fechada, um a um, só no equilíbrio. Nem tente furar a fila "imprensa impressando". Só pra ter uma ideia, o reconhecimento a pé, sem atropelos, levou mais de uma hora. Imagine aquela tripa de bicicleta (rss). Os sítios, no começo, são todos velhos conhecidos. Depois, meu filho, é descoberta, exploração pura. Raízes, córregos, troncos e, ai que delícia, a bica. Jorrando. O estimado de apenas 25 quilômetros fica bem abaixo da expectativa da satisfação total - 100%. Se o sábado for de chuva, já sabe, paradoxalmente a lama amplia a brincadeira e o cuidado.  Esqueça, não, pelo amor de Deus: revise a bike e leve a tradicional câmara de ar sobressalente, amiga que não deixa ninguém na mão. Outras necessidades são capacete, luvas, calçado fechado, de preferência calça e mangas compridas e nada de speed, tá? A mata fechada censurou as fotos do reconhecimento.


O passeio é no próximo domingo, dia dia 06 de maio. O APS sai da Jaqueira às 8h. Concentração ali pelo portão da Rua do Futuro. Sim, isso é só a origem da história. O caminho da bica leva a outros caminhos, mas o APS deixa o restante pra futuros passeios. Aguinha na boca, ou melhor, na bica (rssssss).