A ideia de marcar o tempo com um esquema de calendário foi uma das mais geniais de todos os tempos. Afora o seu sentido científico, traz simbolicamente uma fiel sensação de renovação. Fechamento de um ciclo atrelado a abertura de outro. Enfim, momento anual para refletir e planejar novos rumos.
Socialmente, deturpamos tudo. Primeiro por utilizar o período do final do ano para alimentar nossa ânsia por superficialidade – predomínio absoluto de presentes, comidas, bebidas, festas etc. Segundo, pelo tênue sentimento de fraternidade, simbolizado pelo quase nunca lembrado (exceto pelo feriado) Dia da Fraternidade Universal (1º de janeiro). Também, por fomentar uma falsa sensação de paz. Falsa.
Paz superficial e limitada a um curtíssimo período de tempo. Falsa. Muitas vezes regada a tapinha nas costas e a risinhos nada verdadeiros. Falsa. Paz que nada tem a ver com o seu conceito mais puro, o de proporcionar harmonia, equilíbrio e entendimento pleno e duradouro. E se por um lado a energia do planeta abranda pelas boas (e infelizmente) temporárias vibrações de “paz e amor”, por outro renovamos ano a ano a nossa incapacidade de sermos pacificadores e amorosos nos outros dias do ano.
Já que o Natal passou (e chegou novamente travestido – onde um personagem fictício recebeu os holofotes em detrimento de um mestre que por aqui passou e cuja data simbolizou a sua chegada a este mundo, há mais de dois mil anos), desejo um ano novo realmente NOVO a todos, cuja SENSAÇÃO de paz se transforme num SENTIMENTO de paz. Que os desejos verbalizados por saúde, felicidade, paz, amor e harmonia gerem uma consciência coletiva duradoura, para que 2012 – e todos os anos que virão – seja realmente repleto de saúde, felicidade, paz, amor e harmonia.
Renovação é bênção. Renovemo-nos, então...
O texto e a foto acima foram copiados do blog De 2 em 2, de Sidney Nicéas. Jornalista, escritor e autor do livro "O Rei, a Sombra e a Máscara", nas livrarias.
Uma leitura que recomendo.
Uma leitura que recomendo.
Eu humildemente concordo em gênero, número e grau com tudo o que vc postou Robertinha, realmente uma paz superficial, como se todos os podres e as desigualdades se resolvessem só porque o ano terminou, quanta ilusão....
ResponderExcluirPois é o que penso todos os anos quando se aproximam as festas e comemorações. O texto, só lembrando, não é meu, mas gostaria de tê-lo escrito. BJ.
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