A torre do Campo do Jiquiá
A 22 de maio de 1930 Recife entrou solenemente para a história dos dirigíveis no Brasil. Era finzinho de tarde, começo de noite, quando a cidade recebeu o Graf Zeppelin, uma mistura de avião com balão, em forma de charuto brilhante. O Zeppelin fazia sua primeira viagem e inaugurava a época das gigantescas máquinas voadoras. Por sua privilegiada posição geográfica, Recife era escala obrigatória na rota Alemanha/Rio de Janeiro. A capital pernambucana estava em festa.
Naquela data, o povo se programou pra saudar a tripulação de 26 pessoas e 20 passageiros. Conta a história que mais de 15 mil criaturas foram conferir a chegada da nave. Quem possuía carro, foi de carro. Quem não tinha, utilizou um dos inúmeros deslocamentos dos bondes entupidos de gente. Acotovelado no Campo do Jiquiá (foto acima), local de atracação, o pessoal fazia uso da famosa "carteirada", só pra descolar um lugarzinho mais próximo à torre onde o Graf Zeppelin faria pouso.
Domingo, dia 13 de março, em mais um dos passeios APS, você vai conhecer a torre em que o Zeppelin atracou com perfeição. Especialmente construída para o avião-charuto-balão, também denominado "baleia", a estrutura em ferro tinha 16 metros de altura e pesava 3,5 toneladas. Presa a cabos de aço, foi depois substituída por uma de 19 metros de altura, no mesmo lugar. Peças de ferro, vindas da Alemanha, a torre (foto abaixo) do Campo do Jiquiá é única no mundo.
Apesar de tombada pelo Patrimônio Artístico e Histórico, em 1982, a torre (e o campo, claro) ainda não recebeu o tratamento merecido. Sucessivos projetos foram apresentados, governo após governo, mas pouco se fez para mudar a realidade do local. A situação, no entanto, pode mudar já que a prefeitura iniciou a construção do primeiro centro da juventude do Jiquiá. A obra, que também deve conter as invasões no terreno, faz parte do plano de criação de um grande espaço de lazer, história e cultura da Cidade do Recife. É aguardar pra ver. Bom passeio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário