segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

CURTO, NEM TANTO

Muxoxo cede lugar a satisfação

O anunciado curto e grosso não foi tão curto assim. Foram 27 quilômetros recheados de obstáculos na Mata da Várzea, mais conhecida como terras de Brennand. Dificuldades superadas, apesar dos primeiros muxoxos diante dos quatro quilômetros, literalmente, empurrando ou carregando a bike nos ombos. Não dava pra pedalar. Era caminhar ou caminhar. O terreno irregular, cheio de troncos e raízes, trechos fechados, pinguelas para atravessar as poças de cheiro fétido, tudo obrigava o ciclista a uma marcha inesperada. Andar ou pedalar? A mata oferecia muitas opções: pular raízes, se desviar dos troncos, se abaixar sem dar brecha a gaiômetros, etc...só não dava pra pedalar.

O gado que pastava tranquilamente numa clareira se assustou com os 58 ciclistas, agora sorridentes e satisfeitos com a proximidade da anunciada fonte de água cristalina...banho de cuia, garrafinha cheia, cuca fresca e descanso à sombra de frondosas árvores, o grupo estava crente que havia superado todos os obstáculos. Nem tanto. A fonte cristalina revigorou, mas a ladeira de curvas acentuadas e vizinha a barrancos ainda estava por vir. A princípio pequena e aparentemente plana, escondida entre as árvores, aquela coiiiiiiiiiisa intimidou à medida de cada passo. Até Tarzan, aquele ciclista que passou o tempo todo entoando o urro selvagem do Rei das Selvas, preferiu poupar energia e fechou a boca (rssssssssss). Concentação total.

O passeio foi livre de problemas, como quedas e quebras, mas o pessoal teve que aguentar os gritos estridentes de Lourdinha toda vez que havia uma pinguela pra atravessar. Nem Raimundo foi poupado. Logo ele, coitado, que tanto ajudou Lourdinha com braços estendidos e palavras encorajadoras...deve ter ficado surdo (rssssss). Ao menos, Raimundo saiu na sequência de fotos que tinha o objetivo de captar todos os segundos de Lourdinha na pinguela. Cada grito era um flash. O grupo saiu às 8h e quando voltou ao Parque da Jaqueira já era pra mais de uma da tarde. Logo cedo, na concentração, Gilson foi tomado pelo espírito da organização e colocou todas as bikes enfileiradas. Havia gente apelando para o efeito dominó desfazer rapidamente o que foi feito com tanto carinho. O trabalho de Gilsão, no entanto, só perdeu força quando uma ciclistinha de bike Barbie Rosa chegou fazendo pose e sucesso. Pretendia fazer o percurso, mas o APS entendeu que, aos dois anos de idade, ela ainda carece (carece?) de condicionamento físico.

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